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Da África para o Brasil: comidinhas!

  • 19 de nov. de 2024
  • 5 min de leitura

Olá, tudo bem? Meu nome é Ana Rita, mas vocês podem me chamar de Ana. E esse é o podcast Ana e as paredes. Sejam muito bem-vindos ao podcast voltado para as pessoas que estão tentando aprender português.

Eu juro que é legal.


E no episódio de hoje a gente vai falar um pouco sobre culinária afro. Porque a comida afrobrasileira é uma das que mais gosto, inclusive saudades acarajé da Eliane, que é a moça aqui da rua.


O primeiro tópico de hoje é o café

Café é um fruto que fez parte da economia brasileira. Assim, por muito, muito tempo ele fez parte do governo, né? Houve uma época aí em que o governo do Brasil era passava pela política do café com leite, que era muito complicado para explicar em um episódio de podcast só, com outros temas ainda para explorar.

É sendo mais direto o café tem origem na Etiópia, no continente africano. Ele foi trazido ao Brasil por um homem chamado, ele era um sargento, então ele era chamado de sargento Francisco de Mello Palheta. Ele trouxe uma muda de café do Suriname, também conhecida como Guiana Francesa, é um país ao norte do Brasil. Eles tentaram cultivar um lá no norte do Brasil mesmo, acho que no Pará, no estado do Pará, mas o clima não era bom para o café. Isso não fez a galera desistir, pelo contrário, eles continuaram testando até encontrar um lugar onde o café crescesse. Foram descendo, descendo, descendo o mapa do Brasil, até que encontraram ali na região de Minas, sudeste do Brasil, mais ou menos, o clima era um pouco melhor e, a partir de então, café virou um centro econômico brasileiro. Hoje em dia, a maioria esmagadora de nós brasileiros, amamos café. Está bom, não é tão esmagadora assim, tem muita que não gosta, mas a maioria dos brasileiros toma um cafezinho, sim.

Existe até um meme que diz que uma das coisas mais brasileiras que existe é tomar um café fervendo num copo de vidro, no meio de um calor de 40° C, assoprar o café e falar “êta calor”. Porque né, 40° C lá fora, né, na sombra e a gente ali com o copinho de café super quente. Ai, isso é muito brasileiro, enfim.

 

Tópico dois é o azeite de dendê

Eh o azeite de dendê é um óleo que veio do Oeste do continente africano, que é de onde veio a maioria dos povos escravizados para o Brasil. Ele chegou no Brasil justamente na época do tráfico de escravos, que aconteceu durante o Brasil Colônia, ali por volta do século XVI (dezesseis), mil quinhentos e todos. Né, no meio ali do século XVI (dezesseis).

Aqui no sudeste do Brasil, ele é muito conhecido por ser usado na culinária arabaiana com o acarajé, nosso próximo tópico. Além de comida ou azeite de dendê, também pode ser usado para produzir velas e sabão e uma curiosidade que eu não fazia ideia, eu descobri fazendo o episódio, é que ele ficou tão popular durante o Brasil colônia que um príncipe português decretou que o azeite e seus derivados deveriam ser comercializados sem imposto na época. Lá do no século... Não, não foi. Foi no século XIX (dezenove), mil oitocentos e alguma coisa. Dom João, que não era para cobrar imposto sobre o  azeite de dendê, ou as velas, ou sabão produzidos a partir do azeite de dendê.


O tópico três, acarajé

Ai, que saudade. Faz tempo que eu não como acarajé. Tão bom.

É, nas minhas pesquisas, eu descobri que o nome, antes de ser acarajé era acará. O “jé” chegou depois. E se eu bem me lembro ele vem do verbo comer, o “jé” vem do verbo comer em iorubá, enquanto a acará significa bola de fogo. Esse prato está presente dentro do candomblé, uma religião de matriz africana onde ele é apresentado como uma comida ritual da orixá Iansã. Se eu não me engano, é considerado o prato favorito dela. Mas ele também é usado para outros orixás. Pelo que eu li, eu não tenho local de fala, por favor, quem for do Candomblé ou da Umbanda, me corrija se eu estiver errada. Obrigada. Um beijo.

O acarajé é um bolinho de feijão fradinho, cebola ralada e sal frito em azeite, dendê. Desse jeitinho assim, só o bolinho frito, ele é conhecido como acarajé de orixá que a gente acabou de conversar um pouco. O que eu como, né, o que eu, o que eu compro ali na... no carrinho da... da moça que vende aqui na rua da minha casa, ele é cortado ao meio e recheado com vatapá, que é o nosso próximo tópico, Caruru que é um cozido de quiabo, camarão refogado e pimenta. Esse é o acarajé da baiana, assim o acarajé da galera, não dos orixás.


E o tópico quatro, nosso último tópico do dia é o vatapá que eu citei como parte dos recheios do acarajé.

Quando ele foi trazido para o Brasil pelo povo iorubá que havia sido escravizado o nome era ehba-tápa. Mas aí a mudança linguística veio e hoje a gente chama de vatapá. Tradicionalmente, ele é feito com peixe ou camarão, fubá, azeite de dendê e pimenta malagueta. Pode receber outros ingredientes, como castanha de caju, coco ralado e, dependendo da cidade aonde você for, pode mudar alguma coisinha nos ingredientes básicos.

O mais famoso, pelo menos aqui no Sudeste é o vatapá baiano. Mas esse prato é muito popular também no norte do Brasil, né? Nos estados no norte do Brasil, como Amazonas, Pará etc., etc. Viva todo mundo.

É, talvez eu seja questionada por não falar sobre a feijoada nesse episódio que é conhecida aqui no Brasil como um prato de culinária afrobrasileira, mas eu não quis falar sobre a feijoada, apesar de eu amar feijoada, porque quando eu fui pesquisar sobre o assunto, a origem do prato é um pouco nebulosa. Eu não entendi muito bem assim, porque tem gente que diz que realmente é um prato de origem afrobrasileira. Tem outras pessoas, como o Câmera Cascudo, que dizem que não exatamente. O Câmara Cascudo é um historiador brasileiro. Não exatamente, é uma coisa dos africanos que vieram escravizados para o Brasil. Então, por causa da... Da confusão ali, de algumas respostas diferentes, eu preferi deixar a história da feijoada de lado.

A gente conversa outro dia, quando eu resolver, sei lá ensinar vocês a fazer uma feijoada, porque eu amo feijoada e todo mundo merece ter o prazer de consumir uma um dia na vida. E é isso, um beijo.


E por hoje é só pessoal. Muito obrigada por escutarem o meu podcast Ana e as paredes. Não se esqueçam de conferir a transcrição do episódio no site que vai estar linkado na descrição. Assim como as redes sociais do Ana e as paredes também estarão na descrição tanto do episódio quanto do podcast. Um grande beijo e até mais.

 
 
 

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