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Amor, I love you

  • 21 de jun. de 2021
  • 8 min de leitura

Olá, tudo bem? Sejam muito bem-vindos ao As paredes têm ouvidos. Meu nome é Ana Rita, mas vocês podem me chamar de Ana e este é o meu podcast, um espaço onde nós sabemos que sempre teremos com quem conversar.

Ah o amor… Lindo demais, não é? Eu acho muito gracinha, os casais fofinhos e amorosos. Como eu disse no episódio anterior, dia 12 (doze) de junho foi dia dos namorados aqui no Brasil e aí surge uma pergunta: “mas por que no Brasil o dia dos namorados é dia 12 de junho? O resto do mundo todo comemora no dia 14 (catorze) de fevereiro!”. Pois é, meus amigos, é estranho. Mas é exatamente isso que eu vou explicar nesse episódio, vem comigo!

Pra começar a conversa de hoje, eu vou falar um pouco sobre a origem do dia dos namorados. Quando e onde começou. Eu acho que a maioria de vocês deve saber qual é a história por trás do tal Valentine’s day, ou, dia de São Valentim.

É uma história muito antiga, que aconteceu no século III (três) em Roma. Existem três São Valentim, um deles de uma província romana na África e os outros dois de Roma mesmo, ali na Itália. Acredita-se que os dois de Roma são na verdade a mesma pessoa, mas ninguém conseguiu provar ainda.

O São Valentim a quem a gente associa o dia dos namorados era bispo no Império Romano durante o século III (três) depois de Cristo. Na época em que ele era bispo o imperador era Cláudio II (segundo). O Claudinho, apelido carinhoso que eu dei pro imperador. Então, o Claudinho era bravo, cheio de querer mostrar que os romanos eram fortes e um exército conquistador, etc. E realmente, os caras eram pancada, o Império Romano foi enorme por muito tempo. Mas o negócio do Cláudio era montar o exército perfeito e pra isso ele decretou que os casamentos estavam proibidos. Ninguém mais ia casar. Tava proibido. A justificativa, o motivo, que o Claudinho deu foi: casamento atrasa o homem.

De acordo com Cláudio II, um jovem que não tivesse família, e ele se referia a esposa e filhos, se alistaria no exército com mais facilidade. Afinal de contas, esse jovem não teria que se preocupar em cuidar de uma família, ter dinheiro para alimentar filhos e esposa, sendo assim ele poderia entrar para o exército e ser um bom soldado. Acontece que o Valentim, esse chuchu de pessoa, não concordava com essa ideia doida do Claudinho.

Como assim, meu jovem? Ninguém mais vai poder casar? E aí? Como que fica a sociedade? O pessoal vai ficar triste e sozinho. Assim não pode. É...

Valentim então resolveu que ele não se renderia às ideias violentas do Cláudio II. Diferente do imperador, Valentim acreditava que o amor e o casamento eram parte importante da vida de uma pessoa. Aí ele armou a própria revolução silenciosa, his own silent revolution. A revolução do Valentim foi assim: ele começou a fazer os casamentos escondido do imperador mal-amado e nervosinho.

Só que a gente sabe que tudo que é bom dura pouco, então não demorou muito pro Cláudio II descobrir a rebeldia do Valentim e falar “ah seu sem vergonha! Quem deixou você celebrar casamentos pra esse povo??”. E pronto, acabou o jogo pro Valentim, que foi preso e condenado à morte. A condenação à morte, aparentemente, não foi só por causa dos casamentos clandestinos que ele realizava, mas também porque ele pregava o cristianismo e tentava convencer as pessoas a se converterem a essa religião. Normal em Roma naquela épocas, ‘cês sabem disso.

Mas, a vida é uma caixinha de surpresas, life’s a little box full of surprises. Durante o tempo que o Valentim passou na prisão ele recebeu um monte de cartas e flores de jovens que apoiavam as ideias dele, do Valentim. Também enquanto ele esteve na prisão, reza a lenda, segundo a história, reza a lenda que ele conheceu uma moça cega, filha de um dos carcereiros. Existe outra versão da história que diz que essa moça cega era filha de um outro homem, mas eu vou seguir a narrativa que diz que ela era filha do carcereiro porque, é menos complicada de explicar e se encaixa um pouco melhor na história da origem do dia dos namorados. Enfim, Valentim conheceu a moça, eles conversaram, ele rezou pra ela voltar a enxergar e funcionou, ela voltou a enxergar.

Como se não bastasse o milagre, Valentim e a moça se apaixonaram e quando chegou o dia da execução dele, dia 14 (catorze) de fevereiro de 269 d.C. (depois de Cristo) ele escreveu uma carta pra ela e assinou “de seu Valentim”, “from your Valentine”, o que deu origem à expressão usada até hoje na língua inglesa, que usa “Valentine” como um sinônimo de “namorado” ou “namorada” por causa da data. Eu acho muito fofinha a frase “would you be my Valentine?”, soa muito romântico. Enfim, como vocês devem ter percebido, a data da morte de São Valentim hoje em dia virou um feriado romântico, já que São Valentim passou a ser o santo do amor. Mas o dia 14 de fevereiro só virou dia dos namorados dois séculos depois da execução de São Valentim, acho até que é por isso que a gente não tem um registro muito claro sobre qual dos três São Valentins que tem na igreja é o tal do santo que deu origem ao feriado.

Por falar em igreja católica…

Como vocês já devem ter reparado, eu sempre trago a igreja católica pro assunto, mas o que eu posso fazer? Ela está sempre envolvida nos feriados e nas festividades, além de ser parte da história do Brasil e de muitos outros países. Mas, antes da igreja católica a humanidade tinha outras religiões, um dia até eu vou falar das religiões brasileiras, as pré-colonialismo e as de matriz africana que vieram depois, tem muita história interessante. Mas o assunto de hoje é o São Valentim e eu sou obrigada a falar sobre a Lupercalia.

“Mas, Ana… Lá vem você de novo! O que tem a Lupercalia a ver com a história?” você me pergunta, e eu te respondo “tudo”. Quem assistiu à série O mundo sombrio de Sabrina, ou Chilling adventures of Sabrina, deve ter visto o episódio da Lupercalia e alguns devem inclusive estar pensando “ai, misericórdia, essa maluca da Ana vai começar a falar de bruxaria”. Bom, boas notícias, eu acho? Não é de bruxaria que eu vou falar, é de um festival pagão que acontecia todo dia 15 (quinze) de fevereiro.

Bom, a Lupercalia era o festival de comemoração da deusa Juno, da primavera, da fertilidade, da boa saúde e também do ano-novo. Era conhecida como “dies Februatus” por causa do instrumento de purificação chamado februa. Acho que deu pra perceber a semelhança entre “februa” e fevereiro, ou February, certo? Pois é, esse festival deu origem ao nome do mês. Acredita-se que o nome “lupercalia” tem a ver, tem relação com o festival grego antigo, a Lykaia arcadiana.

No fim do dia e das comemorações, as moças, colocavam seus nomes em uma urna, um tipo de vaso, os rapazes solteiros, sorteavam um desses nomes. O nome que o rapaz pegasse da urna seria sua namorada naquele ano, pelo que eu pesquisei, era isso que acontecia. Posso estar errada. Bom, dizem que esses casais de namorados viravam casais casados mesmo, eles se casavam de verdade no fim da história.

A história da Lupercalia é longa e cheia de detalhes, alguns bem estranhos, então não vou me prolongar muito, não vou falar demais sobre o assunto. O que interessa aqui é que a igreja católica substituiu a tal Lupercalia pelo dia de São Valentim. Quem decretou isso, quem falou que não podia mais comemorar a Lupercalia e, no lugar dela, comemorar o dia de São Valentim, foi o Papa Gelásio I, no ano de 494 d.C., mais ou menos. E foi assim que surgiu o Valentine’s day como conhecemos hoje. Mas, percebam que é o Valentine’s day e não o dia dos namorados.

Mas, e aí? Por que será que o dia dos namorados do Brasil é diferente?

O motivo é meio ridículo, na minha opinião. Por volta do ano de 1950, o publicitário João Dória foi contratado pela marca Clíper pra ajudar a alavancar as vendas do mês de junho. Durante o mês de junho a Clíper vendia pouco comparado com os outros meses, aí eles contrataram o João Dória para fazer uma propaganda que ajudasse a marca a vender mais durante o mês de junho. Esse João Dória publicitário é pai do João Dória, atual governador do estado de São Paulo, caso os brasileiros que me escutam estejam confusos.

E esse é o motivo para o dia dos namorados no Brasil não ser no dia 14 de fevereiro, mas no dia 12 de junho. Pra não dizer que foi só porque o João Dória quis, ele escolheu o dia 12 porque, dia 13 (treze) de junho é dia de Santo Antônio, lembram dele no episódio anterior? Pois é, ele é o santo casamenteiro, então o Dória decidiu que seria interessante usar o dia antes do dia de santo Antônio para comemorar a data mais romântica do ano. Faz sentido, mas agora a gente comemora o dia dos namorados em um dia completamente diferente do resto do mundo.

Enfim, atualmente, com tantas fontes de informação que a gente tem, as pessoas estão começando a fazer dois dias dos namorados. É bem raro isso acontecer, na verdade, porque o Valentine’s day é comemorado em fevereiro e bem… Fevereiro é época de carnaval. A data varia todo ano, no episódio de carnaval eu explico melhor, mas é importante saber que pode coincidir, pode acontecer no mesmo dia o carnaval e o Valentine’s day. Aí o Valentine’s day fica esquecido, largado pra escanteio, ninguém lembra dele, tadinho.

Bem, para fechar esse episódio de dia dos namorados de um jeito mais fofinho e menos teórico (eu falo muito sobre história) eu vou deixar vocês com uma historinha de dia dos namorados da minha queridíssima amiga, Jacqueline. Aliás, ela tem uma banda, chamada 4 raízes, sigam eles lá no instagram, a página chama @4raizesreggeaoficial, vou deixar o link na descrição do episódio, então sigam eles lá. Eu pedi pra ela falar um pouco sobre como foi o dia dos namorados dela esse ano, pra vocês sentirem um pouquinho como que funciona essa data por aqui. Então, fiquem com a Jacque:

“Falando de dia dos namorados, esse ano foi bem especial porque, acredito que foi o primeiro dia dos namorados que eu realmente comemorei. Mas um detalhe é que nós, eu e Rodrigo, não comemoramos no dia exato que é comemorado o dia dos namorados porque, nós dois trabalhamos né, no sábado, então nós comemoramos um tempo antes e um tempo depois, porque, um tempo antes, poucos dias antes, era a data… Coincidia com a data do começo do nosso namoro então, o Rodrigo me deu um presente lindo! Ele me deu uma cesta de doces, assim, com meus doces favoritos, com fotos nossas e ele fez uma surpresa né, porque, assim, ele arrumou todo o quarto pra quando eu chegasse. E quando eu cheguei ele tava com a cesta, com um ursinho de pelúcia, que ele sabe que eu amo, em cima da cama e ele colocou a música de fundo que é a nossa música, assim. Então foi bem legal.

E aí, uns dias depois, que foi o dia dos namorados mesmo, a gente não fez nada porque, a gente tava trabalhando, mas um dia depois do dia dos namorados que caiu num domingo, nós saímos, fomos a um restaurante bacana que a gente gosta, fomos ao cinema, passamos um tempo juntos. Brincamos, nos divertimos, jogamos video-game, essa coisa toda. E foi bem legal.

Ah! E eu dei… E nós… Eu dei pulseirinha combinando, então agora nós temos pulseirinhas combinando, a dele tá escrito ‘Her king’ e a minha tá escrito ‘His queen’.”

Então é isso, pessoal. Esse foi o nosso episódio de hoje de As paredes têm ouvidos. Me sigam nas redes sociais, @ParedesPodcast e não se esqueçam de visitar o site do podcast para acessar as transcrições dos episódios e para se inscrever para poder acessar os fóruns de discussão. Todos os links estão na descrição. Tenham uma ótima semana, um grande beijo e tchau-tchau.



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