Você não é todo mundo! (Transcrição)
- 8 de mai. de 2021
- 11 min de leitura
Olá, tudo bem? Sejam muito bem-vindos ao As paredes têm ouvidos. Meu nome é Ana Rita, mas pode me chamar de Ana e este é o meu podcast, um espaço onde nós sabemos que sempre teremos com quem conversar.
Bom, eu vou começar o episódio de hoje com um pequeno aviso. O episódio de hoje pode conter conteúdo sensível para alguns ouvintes. Estamos passando por uma fase muito intensa e triste onde muitos de nós perderam pessoas importantes por causa do Coronavírus. Espero que vocês gostem do episódio de hoje e que vocês sintam o amor que estou tentando transmitir.
Agora vamos ao episódio.
Nosso tema de hoje é muito doce, muito meigo e cheio de amor incondicional. Hoje eu vou falar sobre o dia das mães.
O dia das mães é comemorado praticamente no mundo inteiro. Nós amamos homenagear nossas mães e aqui no Brasil ele é comemorado no segundo domingo de maio. Alguns outros países comemoram nessa mesma data, como Japão, Estados Unidos, etc. Mas em Portugal, Moçambique, Cabo Verde, países que falam português, os outros países que falam português, a tradição do dia das mães é comemorada no primeiro domingo de maio. Em alguns países o dia das mães é comemorado em fevereiro, março ou abril, podendo até ser em dezembro, dependendo do país.
De acordo com a página do Wikipédia, a comemoração mais antiga do dia das mães é da Grécia antiga. Grécia há muitos anos atrás, milênios atrás. Já existia a comemoração do começo da primavera. Por causa da comemoração do começo da primavera as pessoas faziam festas pra adorar a deusa Rhea, a mãe dos deuses. Eram festas em honra da deusa Rhea.
Depois de muito tempo, nos Estados Unidos, isso foi em mil novecentos e um pouquinho só, uma mulher chamada Ann Maria Reeves Jarvis deu as primeiras sugestões de ter um dia das mães. Ela conseguiu que o dia das mães fosse reconhecido nos Estados Unidos no dia oito de maio de mil novecentos e catorze, que foi quando aprovaram a comemoração da data todos os anos, no segundo domingo de maio e quem aprovou foi o Congresso dos Estados Unidos.
No Brasil, o dia das mães foi comemorado pela primeira vez no dia doze de maio de mil novecentos e dezoito, quatro anos depois dos Estados Unidos e foi só na cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, lá embaixo no sul do Brasil. A festa se espalhou até que em mil novecentos e trinta e dois, as feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino pediram para o Presidente da época, Getúlio Vargas aprovar a data festiva e ele aprovou. Foi um jeito que essas feministas encontraram de trazer uma data pra comemorar e pra valorizar mais o papel da mulher na sociedade. Em mil novecentos e quarenta e sete, mil novecentos e quarenta e sete, um homem chamado Dom Jaime de Barros, da igreja católica, esse “dom” é por causa do cargo dele dentro da igreja católica. Bom, o dom Jaime, determinou que o dia das mães fizesse parte do calendário da Igreja Católica também aqui no Brasil. E aí o que começou como uma data nacional em mil novecentos e trinta e dois passou a ser uma data também religiosa, em mil novecentos e quarenta e sete.
Lá em Portugal o dia das mães é comemorado no primeiro domingo de maio, como a gente já comentou, como eu já falei agora há pouco, por causa da tradição religiosa de celebrar Santa Maria, mãe de Jesus. A mãe de Jesus chama Maria, Santa Maria. A Santa Maria tem várias representações, várias versões, e uma delas é a Nossa Senhora de Fátima, que é uma das mais importantes em Portugal. Ela é chamada de Nossa Senhora de Fátima porque, existem relatos de que Nossa Senhora, né, a Santa Maria, apareceu pra três crianças na cidade de Fátima, em Portugal. Então ela passou a ter esse nome, Nossa Senhora de Fátima. Antes de ser comemorado no primeiro domingo de maio, o dia das mães era comemorado no dia oito de dezembro, que é dia de outra versão de Santa Maria, chamada Nossa Senhora da Conceição.
Bom, agora que falamos de história, vamos falar um pouco sobre as mães, as mulheres mais importantes de nossas vidas. Seja uma mãe, sejam duas mães, seja mãe biológica, seja mãe adotiva, né? Tendo elas escolhido a gente ou sendo escolhidas pra nos ter, elas amam a gente e ter uma relação boa com as nossas mães é sempre muito gostoso, é muito bom, é bom demais.
Elas cuidam da gente muito bem e com o coração. É o que a gente chama de amor incondicional. É um amor sem condições. Um amor sem condições, incondicional, é um amor que não tem limites, ele não tem nenhum detalhe que limite ele é um amor que sempre cabe mais um. Que sempre cabe mais um pouquinho. E a mãe, ela é uma pessoa tão importante, mas tão importante, que existe a expressão “ela é como uma mãe para mim” que quer dizer que uma mulher, que não é a nossa mãe, ela cuida de nós como se fôssemos filhos dela.
E por falar em expressões, hoje eu tenho algumas frases típicas de mães que todo mundo já ouviu e que toda mãe já falou essas frases para os filhos. Essas frases são muito típicas, pelo menos aqui no Brasil, eu tenho certeza que os brasileiros que escutarem esse podcast vão se identificar e vão ter pelo menos uma ou duas histórias pra contar sobre cada frase. Vamos lá?
Primeira frase: “Você não é todo mundo!”
Meu Deus! Não tem UM filho nesse mundo que nunca tenha ouvido essa frase ou alguma parecida. Não existe pessoa neste planeta que tenha uma mãe, que não tenha ouvido a mãe falar isso, “você não é todo mundo”, seja na língua que for. A mãe usa essa frase quando o filho pede para fazer algo ou ir a algum lugar que ela não gosta ou que não dá pra pagar, que não tem como pagar, que não tem dinheiro pra ir. Geralmente o diálogo é mais ou menos assim:
- Mãe, posso ir pra praia com meus amigos?
A mãe responde:
- Não, não pode.
Ou:
- Não, é perigoso.
Ou então:
- Não, não temos dinheiro pra isso agora.
Aí o filho responde:
- Mas, mãe! Todo mundo vai!
E aí a bomba cai na nossa cabeça. A mãe fala:
- Mas você não é todo mundo. - e às vezes completa - se todo mundo pular da ponte, você vai junto? Você também pula?
É clássico, toda mãe fala isso. E aí, assim, nada feito. A partir daí não tem mais conversa, a mãe já decidiu e acabou.
Mas às vezes ela percebe que ficamos muito tristes de não poder fazer algo que queríamos. Quando ela percebe a nossa tristeza, que a gente ficou chateado, ela vem conversar e sugere alguma coisa diferente pra fazer ou então acaba deixando a gente fazer ou ir aonde queria. Mas, é, as exceções são poucas. Geralmente a mãe falou que não e a gente tem que aceitar que não.
Segunda frase: “Vou contar até três! Um…”
E para aí. Porque, quando chega no um o filho já sumiu. Já tá na esquina de casa, já subiu pro quarto, já se trancou no quarto, tá embaixo da cama, sei lá. Chegou no um, a gente já fugiu, já se escondeu.
Quando a mãe começa a contar é bom você começar a rezar. Essa frase é uma ameaça que quase nunca se cumpre mas, é absurdamente assustadora. Ninguém sabe muito bem o que acontece quando a mãe chega no três, quando ela termina de contar até três mas, todo mundo sabe que ninguém quer descobrir. Eu, pelo menos, não quero… Estou bem assim, não quero saber o que vem depois do três.
Geralmente, né, a mãe fala isso quando já perdeu a paciência. Acabou a paciência da mãe e aí ela começa a contar até três. E a culpa, ela costuma ser nossa, né? Dos filhos. Porque o filho provavelmente já fez alguma bagunça, ou brigou com os irmãos, ou quebrou alguma coisa enfim, fez alguma coisa que não era pra fazer. Aí a mãe, com a paciência esgotada, começa a contar até três. E é aí que a gente começa a rezar.
Terceira frase: “Na volta a gente compra.”
Essa frase dói.
Porque, a gente nunca compra.
As mães usam essa frase pra tentar distrair os filhos de alguma coisa que eles querem comprar mas, que é ou muito caro e vai estragar rápido, ou completamente desnecessário. Costuma ser porque é muito caro e vai estragar em pouco tempo.
Nos shoppings, a gente chama só de shopping aqui no Brasil mas, o termo correto entre aspas nos Estados Unidos é shopping mall. Então no, nos shoppings aqui no Brasil sempre tem um quiosque que vende balões metálicos com desenhos de personagens. Aqueles balões com gás hélio, sabe? Que flutuam sozinhos, que têm desenhos de personagens de animação ou de filme, alguma coisa assim, como super-heróis ou princesas. As crianças querem os balões porque, acham bonitos mas, a gente sabe que criança se distrai numa facilidade, tão fácil uma criança se distrair. E por isso as mães dizem “na volta a gente compra”, em outras palavras, “quando estivermos indo pra casa, compramos”. E aí você segue seu caminho com a sua mãe pra fazer compras de outras coisas, pra sei lá… Pra ir almoçar no shopping e na hora de voltar, né? Na tal da volta, você já esqueceu o que você queria. Você já esqueceu o que você queria e já não sente mais falta de comprar aquilo, então a criança concorda que “na volta compra” e esquece que na volta ia comprar e não compra. Por isso que a gente nunca compra o que mãe fala “na volta a gente compra”.
Quarta frase: Se eu for aí e achar… (reticências)
Como bons adolescentes nós nunca sabemos onde guardamos as coisas porque, normalmente, quem guarda as roupas, os livros, quem arruma a bagunça do adolescente no quarto é a mãe, e o adolescente. né? Nós, a criança ou adolescente não se importa de prestar atenção nessas coisas então, quando vamos procurar por alguma coisa no nosso quarto, como uma calça ou um CD, nós perguntamos para nossas mães. O problema é que, geralmente, a mãe está ocupada com outras coisas quando nós gritamos dos nossos quartos:
- Oh Mãe! Cadê meu CD do Fresno?
A mãe responde:
- Está na gaveta de cima da sua escrivaninha!
Aí a gente responde:
- Não tá, mãe! Eu já olhei!
E aí vem a frase:
- Se eu for aí e achar...
E ela vai. E acha. E o CD estava exatamente aonde ela disse que estaria. Como? Meu Deus, como que a mãe consegue fazer isso? Já me aconteceu tanto… Um clássico.
Quinta frase: “praga” de mãe.
Bom, não é exatamente uma frase, mas é algo muito comum que toda mãe faz. Uma praga é como um feitiço, é quando você deseja que algo ruim aconteça, por exemplo, quando você tá bravo com a alguém e diz “espero que não consiga” ou “tomara que não consiga”. Nós chamamos isso de rogar praga, put a curse on, no inglês né, put a curse on, que é desejar que auma coisa ruim aconteça a alguém.
A praga de mãe é mais ou menos isso, só que não é ruim. São previsões que as mães fazem, nas quais a gente não acredita e que geralmente estão corretas. A mais famosa é quando tá um clima quente, tá fazendo muito calor, ou um leve calor, o sol está brilhando alto no céu, o céu está limpo e azul e sua mãe fala:
- Vai sair? Leva um casaco, uma blusa ou uma jaqueta.
Você responde no alto da sua inocência:
- Mas está sol! Para quê eu precisaria de um casaco? - e sai e não leva o casaco. Aí horas depois, quando você está voltando para casa, começa a esfriar, você começa a sentir frio. E nesse momento, ah nesse momento você se lembra que sua mãe te avisou e você não deu ouvidos.
E esta é a praga de mãe. É na verdade um conselho que sua mãe te dá e você desconsidera, e você não dá atenção para aquele conselho. Aí quando o que ela disse né, que aconteceria, acontece, você fica frustrado e chama de praga. E fala que foi praga, que foi feitiço. Todo mundo aqui no Brasil entende isso de praga de mãe. O pessoal ainda fala “praga de mãe pega”, quer dizer que essas “pragas”, entre aspas, de mãe funcionam. Porque, se sua mãe falou pra você levar casaco porque vai fazer frio, vai fazer frio. Não tem discussão. Pode tá fazendo 32º Celsius lá fora, se a sua mãe falou “leva o casaco porque, vai esfriar”, isso quer dizer que vai esfriar e se você não levar o casaco você vai passar frio.
E estas foram algumas das frases mais comuns que toda mãe usa. Pelo menos aqui na minha terra, no Brasilzinho. Existe uma trilogia de filmes chamada “Minha mãe é uma peça” que mostra muitas outras frases típicas de mãe. O nome da trilogia é “Minha mãe é uma peça''. Minha mãe, a minha mamãezinha, ama esse filme, ama todos os três filmes e nós sempre assistimos juntas. São muito engraçados.
Os filmes contam a história de uma mulher chamada Hermínia, ou dona Hermínia, dona é tipo “senhora” (comum aqui no Brasil, dona Hermínia) que tem três filhos. Nos filmes ela desabafa, ela conta várias coisas sobre o que é ser, como é difícil e ao mesmo tempo é bonito. São filmes de comédia e todo brasileiro se identifica com os filhos da dona Hermínia, ou com a própria dona Hermínia, porque são… Ele conta mesmo cenas muito típicas entre mãe e filhos aqui no Brasil. É uma graça, assim, é muito engraçado, é muito divertido e é muito bonito. Tem um… um detalhezinho assim, ou outro que é muito bonito de se pensar sobre as nossas mães.
Esses filmes, da Minha mãe é uma peça, eles foram escritos por um ator, comediante maravilhoso chamado Paulo Gustavo. Ele que o papel, ele interpreta a dona Hermínia. Então a dona Hermínia do filme é o Paulo Gustavo vestido de mulher, e essa personagem é baseada na mãe dele. E ele mostra muito bem nesses filmes a essência de uma mãe. Essa caricatura, a gente chama de caricatura, que é quando você pega uma pessoa e exagera um pouco algumas coisas que ela faz. Então todas essas frases que eu comentei hoje, se você juntar todas elas em uma mãe só, num único dia, vira uma caricatura, porque é exagerado. E ele faz isso, ele faz essa caricatura da própria mãe e é muito legal, é muito divertido e eu adoro.
Infelizmente, nessa semana das mães nós tivemos uma notícia muito triste, muitos brasileiros ficaram muito tristes, porque no dia quatro de maio de dois mil e vinte e um esse ator tão doce que era o Paulo Gustavo, ele nos deixou. Ele teve coronavírus, né, ele pegou o coronavírus e, infelizmente, ele não conseguiu se recuperar. Ele foi um ótimo representante das mães, então assistam aos filmes dele porque são maravilhosos.
E já estamos chegando no final do episódio e eu quero pedir pra vocês se protegerem. se cuidem bastante porque, esse vírus… Eu nem sei o que eu digo… Esse vírus é complicado. Então lavem as mãos, usem álcool em gel e usem máscara, a máscara é muito importante.
E eu vou encerrar hoje com uma citação, uma coisa que o próprio Paulo Gustavo disse, que é o seguinte:
“Diga o quanto você ama a quem você ama. Mas não fica só na declaração, gente. Ame na prática, na ação. Amar é ação. Amar é arte”.
Então, pessoal, digam “eu te amo” com mais frequência e cuidem bem das pessoas importantes para vocês assim como as nossas mães cuidam de nós. Hoje o episódio ficou um pouco longo e acabou ficando um pouco triste mas, eu quero encerrar, encerrar mesmo agora com amor e alegria!
Nesse dia das mães demonstre para sua mãe, ou pra a pessoa que fez o papel de mãe na sua vida, a pessoa que cuidou de você como se fosse sua mãe, o quanto ela é importante. Dê flores, dê um abraço, faz um café da manhã. Tirem fotos e me mandem pelo @ParedesPodcast no Twitter ou no Instagram, postem stories do Instagram e me marquem pra eu ver todo esse amor reunido!
E a última coisa que eu tenho pra dizer hoje é: Mãe, eu te amo.
Então é isso, pessoal. Esse foi o nosso episódio de hoje de As paredes têm ouvidos. Visitem o site do podcast pra acessar as transcrições, os scripts, dos episódios, não se esqueçam de se cadastrar lá também, pra ter acesso aos fóruns de discussão. Sigam também o Twitter e o Instagram, @ParedesPodcast.
Tenham uma ótima semana, um grande beijo e tchau-tchau!




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